quarta-feira, setembro 13, 2006

Tortura

Deitada na cama, de olhos fechados, não posso ver, mas sei que estás a esfregar as mãos para esquentar o óleo com o calor das tuas palmas. Já fico arrepiada.
Afastas o cabelo da minha nuca e sinto teus dedos sobre ela, suavemente no começo, com mais força depois. Suspiro. Teus dedos húmidos e quentes resvalam pelos trapézios até os ombros e voltam para percorrer minha coluna vertebral, alternando energia e suavidade e provocando-me prazer e dor, dor e prazer, de uma forma que não saberia explicar.
Silêncio.
Cada toque dos teus dedos envia ao meu cérebro uma descarga de puro prazer, tão intensa que é quase dolorosa, angustiante, insuportável. Queria pedir-te que parasses, mas não tenho força.
Só consigo ouvir minha respiração. Não posso ver, mas sei que estás a sorrir. Gostas de ter-me assim, exposta, entregue à sabedoria das tuas mãos.
Escondo um gemido quando cinges minha cintura entre teus dedos. Meus lábios se entreabrem e aperto o lençol por baixo da almofada, concentrada na diferença de temperatura das nossas peles e no tacto macio de tuas mãos.
Mordo o beiço. Os dedos dos pés brincam com o lençol enquanto apertas cada músculo com a pressão justa. Mereces ser retribuído. Simplesmente perfeito.

2 Comments:

Blogger Phil's Studio olhou e...

E então, porquê pedir para parar???

14 setembro, 2006 01:47  
Blogger Carla olhou e...

E a retribuição valeu a pena?
Espero que sim.
Beijinhos.

14 setembro, 2006 09:20  

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