sexta-feira, abril 20, 2007

Agulhas

A dor volta, ultrapassando o mental e virando um tormento físico, finalmente, enroscando-se entre minhas vértebras, sugando-me a saliva para que não possa gritar. Jogaria minha alma pela janela se não me faltasse a coragem.
A dor, que dança comigo e me aperta entre seus braços. A dor, que sussurra palavras no meu ouvido.
Meu amigo, meu irmão, aquela presença conciliadora, aquele homem bem disposto, nunca voltará. Não é só a perda... O pior é não saber com que fazer sarar a ferida. Entro no seu blog, tão vazio, leio de novo aquele último comentário, divertido e feliz. Olho seu número na agenda do meu telemóvel e sinto vontade de ligar, de ouvir sua voz mais uma vez.
Lembro-me dos bons momentos, da cumplicidade, das brincadeiras que ninguém mais entende. Dos nossos combates de esgrima.
Sinto-me tão só. Jogaria minha alma pela janela sem duvidar se soubesse que assim vou terminar com esta angústia que dorme comigo.
Onde estás? Por que não dás um sinal? Por que não acreditámos em Deus quando ainda tínhamos tempo?

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quarta-feira, abril 18, 2007

Mulher com livro / Homem pensativo




A qualidade das imagens não é a melhor, pois tirei as foto com o telemóvel, mas dá para ter uma ideia... Quando entrei pela porta, esse quadro foi o primeiro que vi, do lado da sua eterna metade. Casualmente, minha mãe, cansada de vê-los sempre na sala, tinha-os colocado no hall só uns dias antes.
Ela
Que sabedoria esconde esse livro que ela sempre tem consigo?

Ele
Nunca desvendei os mistérios dessa caverna escura...

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terça-feira, abril 17, 2007

Back again

Porque ontem lhe choveu acima o céu inteiro enquanto o mundo corria ao seu redor.
Porque Mika cantava músicas alegres no seu ouvido e a fazia sorrir.
Porque a Sandra está aborrecida do hospital e as enfermeiras não a aturam mais...
Por isso e porque só tem uma vida, a vizinha levantou os braços e fechou os olhos quando hoje começou a chover mais uma vez, enquanto o mundo corria para fugir da água.
Por isso e para que a chuva levasse com ela as gotas que caiam dos seus olhos.
Ainda tenho muito para ver... Ou não seria eu uma Voyeur, com maiúscula!!!

terça-feira, abril 03, 2007

Despedida

Acabei de saber que meu melhor amigo morreu no domingo. Da forma mais estúpida, na estrada, como tantos outros. Sua namorada está no hospital, muito grave, e ainda não sabem o que lhe acontecerá.
Impotência, raiva, dor, tristeza, são tantas as sensações que mal consigo separar umas das outras. Estou confusa. Só me resta uma alegria: que, felizmente, há uns meses estivemos juntos e tivemos um minuto para conversar e deixar claro um assunto que nos tinha distanciado durante uma temporada.
Juanma, dondequiera que estés, te quiero. No te olvidaré nunca.

segunda-feira, abril 02, 2007

Férias

De novo, Portugal. O país à beira do Atlântico, o lugar com a luz mais bonita que já vi.
Quarta... Já quase tenho as malas arrumadas. Não quero acordar cedo, não quero ver os pacientes, não quero nem ter perto a bata branca.
Quero é ler um livro sentada na praia, beber um suco de laranja sem pressas, sentir a água fria nos dedos dos pés, a areia a fazer cócegas quando me levanto e volto ao meu quarto.
É quase tão bom pensar nas férias como tê-las!!

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