sexta-feira, fevereiro 22, 2008

We never know we go when we are going...

We never know we go when we are going --
We jest and shut the Door --
Fate -- following -- behind us bolts it --
And we accost no more --

Emily Dickinson (1830-1886)

(Ainda tenho imensas saudades tuas... E raiva porque a vida te levou do meu lado)

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quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Parabéns para mim!

Segunda fomos ao cinema; para quem é fã de Tim Burton, era imprescindível assistir seu último filme, embora desconfiávamos das capacidades vocáis dos senhores Depp e Bonham-Carter...
Fomos ao cinema e antes do filme decidimos jantar num restaurante italiano que fica dentro do complexo de salas... E lá estavam meus ex chefes e o marido dela, bem pertinho da nossa mesa, a conversar tranquilamente.
- Achas que deveria cumprimentar?
- Tu? Faz conta que não os viste, eles que venham falar se têm coragem...
- Tás certo... Vamos pedir uns crostini?
- Vamos.
(Mas uma parte de mim se perguntava como teria sido a conversa e se teriam tido os c*** de perguntar pelo meu novo emprego, no qual, para além de não ter que usar a horrível farda completa, ganho bem melhor e trabalho menos horas...)

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Prosaica, felizmente

Era tanta a chuva que me arrependi de ir de botas brancas e calças demasiado compridas, o tecido molhado até aos joelhos e o frio a penetrar-me sob a angora do pulóver. Cobri-me o nariz com o cachecol enquanto sentia as gotas a cair-me pelo cabelo abaixo e maldisse mentalmente o inverno peninsular.
Os felizardos que tinham guardachuvas escondiam-se embaixo deles do ataque líquido. Os que não tínhamos, corríamos como formigas à procura da casinha.
Parei um momento para procurar o chapéu na bolsa e dei por mim a olhar para os rios de tinta azul que desbotavam das minhas calças de ganga e escorregavam pelas botas. Uma súbita tristeza invadiu-me... Não pelas botas, mas por todas as coisas que tinham desbotado alguma vez na minha vida. Pensei nas traições, nas mentiras, pensei em muitas coisas, numa pessoa...
E pensei que, se a chuva era capaz de fazer desbotar umas simples calças, talvez pudesse molhar-me a alma e levar com ela todas as nódoas e as mágoas que ele me causou.
Tirei o pulóver e fiquei lá, a olhar para as núvens, com a água a cair-me pela cabeça, o pescoço, os dedos, até que a seda da camisa ficou colada à pele e o frio me fez espirrar.
Então peguei o pulóver e o meu sentido comum e voltei para casa a pensar como faria para a angora não se estragar depois daquela água toda.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Ainda tu, poeta

Pois é.
Ainda escrevo a pensar em ti. Ainda sonho com teus lençois escuros e tuas mãos a desenhar sóis sobre a minha pele.
Por vezes acordo, suada e agitada, ofegando porque senti que entravas pela janela do meu quarto para possuir-me no meio da noite, silencioso e forte como um titã... E desespero ao pensar que não estás comigo.
Ainda apareces na minha cabeça quando estou na banheira e me beijas a boca como se fosse uma fruta, ainda te vejo quando fecho os olhos num intervalo no trabalho, estás aí quando adormeço e meu cérebro imagina o que ele quer.
Escrevo a pensar em ti, meu poeta... Minha inspiração...

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segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Esquecimento

Agora, com teu cabelo entre meus dedos, vejo os problemas afastarem-se pouco a pouco.
Agora, enquanto beijo tuas pálpebras, percebo como sou parva quando me preocupo por essas coisas pequenas.
Neste momento de calma, de silêncio compartilhado, sinto que és meu companheiro, meu advogado, meu refúgio.
E não quero sair mais deste nosso canto privado onde não há relógios. Faz com que esqueça tudo, tudo, tudo...