sexta-feira, novembro 30, 2007

Cá vai uma história...

Voy a contarte una historia, sólo por ser tú quien me lo pide, por ser tú quien me lo pide...
Vou falar-te da menina que conheci há uns dias. Chama-se Inês, tem quatro aninhos e veio para ser examinada. Não conseguia concentrar-se na leitura, não se relacionava bem com outros miúdos na escola, estava sempre muito irriquieta. A professora tinha pedido para os pais procurarem um médico; felizmente, o médico da família pensou que a raíz do problema podia ser bem outra e a menina chegou até nós.
Apareceu com a mamãe, assustada ante tantos desconhecidos vestidos de branco, deviamos ser como aliens para ela, receando que fôssemos tirar do bolso uma seringa gigante. Foi difícil ganharmos sua confiança. Quando saiu pensei como eu era diferente dela quando era criança e perguntei-me como é que não podemos controlar esses pequenos detalhes que fazem grandes mudanças.
Voltou ontem, ainda um bocado tímida, porque comigo tinha passado menos tempo. Peguei seu envelope, tirei o estojo de cores e ajoelhei-me na sua frente.
- Inês, olha o que tenho aqui para ti!!! - disse eu, com um grande sorriso.
Estendeu a mãozinha com os dedos sujos da escola. Eu lhe pus os óculos e conferi se tudo estava perfeito.
- Nossa, como estás bonita, Inês! - disse minha companheira, que estava com outro paciente.
A menina esticou-se para pegar o espelho, mas ainda era baixinha demais. Subiu-se numa cadeira e desde lá olhou-se, primeiro duvidosa, depois sorridente, finalmente encantada. Ajeitou o cabelo e olhou para nós e para a mamãe. Depois para o mundo fora do vidro. Mais uma vez para a mamãe, de olho arregalado.
- ¡Mamá, veo mucho bien! - disse, com sua linguazinha engraçada.
A mãe ligou hoje para dizer que a Inês deu hoje muita mais atenção nas aulas e que fez bem suas tarefas. A professora deu-lhe os parabéns.
Sei que sou parva, mas fiquei emocionada. Nunca mais, desde minhas noites de rádio, tinha recebido um telefonema para ouvir como meu trabalho tinha sido útil para outros.
Obrigada, Inês.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Foi-se a poesia

Não tenho nada para contar. Não há histórias divertidas, interessantes, tristes, das que fazem pensar, das que fazem corar... Ou, para ser sincera, até há, mas perdi a vontade de contá-las. As palavras não fluem do meu cérebro até aos meus dedos como costumavam fazer, o fio foi cortado e não tenho força para procurar o culpado.
Também foram-se os chás quentes e as noites na varanda. Agora há rosais e kiwis trepadores na varanda e é preciso andar de olho nos coelhinhos para eles não devorarem os ternos rebentos.
Fiquei sem histórias ou apenas sem palavras? Dá cá esse livro, agora... Porque prefiro mergulhar nos mundos que outros criaram do que observar o que me envolve.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Esperando...

Quando tenho a energia, não tenho tempo...
Quando tenho o tempo, falta-me a energia...
Quando tenho o tempo e a energia, não há dinheiro...

Conclusão: não posso esperar até ter tudo, temos que agir agora!!!!