Saudades...

Mais maravilhoso ainda do que esperava.
Mais divertido, mais surpreendente.
Com mais piada, com mais luz.
Com esse jeito único que eu adoro.

Lisboa...

(de volta em Madrid, a vizinha morre de saudades desse céu preto lotado de estrelas, do som da guitarra e dessa voz linda que a acompanhava naquela praia cujo nombre já esqueceu)

Problema existencial!!!

Eu sou a autêntica mulher zebra. O autobronzeador e eu, definitivamente, damo-nos mal. Mas não posso chegar a Lisboa com as pernas todas brancas...

(e também não posso chegar com as pernas como a camiseta do Atlético de Madrid).

Affe.... ;)

Lisboa no meu coração

Segunda aterrizo em Lisboa.

- ¿Nervosa?
- Um bocado.
- Que isso, meNINa.
- Pois é...
- Então?
- Ai, já me conheces... Eu sou assim... E o Metro até a terminal 4 demora horas...
- Pronto, percebi. You British bitch!
- Olha, é só que gosto de ser pontual!
- Que menina chata... Vai dormir vai!
- E se eu perder o avião?
- Ficas em casa, pois...
- Ah, claro, para ti é fácil dizer isso...
- Eh, sua parva, se tu ficas eu fico também!

Retorno

É sempre esse ciclo inevitável: ânsia - saudades - bálsamo temporal - ânsia - saudades...
E como é agradável...

Olhos e pele

Gosto de fazer amor contigo não só com o corpo mas também com o olhar.
Gosto de ver o prazer reflectido nos teus olhos, tua boca que se abre como uma flor na surpresa do orgasmo.
Tua incredulidade, tua inocência, sempre igual, sempre diferente.

É assim que te quero. É assim que te tenho.

Fraquezas

E por vezes, basta uma só palavra para me afundar na tristeza, da forma mais estúpida. E não conseguiria explicar, nem que tentasse, o que aconteceu no meu espírito fraco para me sentir assim. Não posso explicar nem a mim, ainda menos ao mundo.

Se não é nada, como já disse, como afirmei tantas vezes, por que estou a chorar? Será que este acto de exibicionismo vai fazer com que me sinta melhor?

Como diz uma boa amiga, "lo que más me jode es que me jode". E como sempre, está certa.

Telepatia

A vizinha sabe que sonhaste com ela.

Sabe e gosta.
A vizinha sabe pelo jeito como a olhas enquanto seguras a porta do elevador para ela entrar. Sabe pela décima de segundo de mais que teus olhos observam seu decote. Sabe pelo tom que adquire tua voz ao dizeres "bom dia".
Abre o leque (madeira e seda preta, perfume de sândalo e almíscar) e se abana, afastando o cabelo do pescoço enquanto comenta o calor deste mês de junho. E tu olhas para ela, calado, sentindo junho nas tuas bochechas, na tua testa, na ponta dos teus dedos...

No teu sonho ela entrava na tua casa com qualquer desculpa e despia-se do kimono -com o qual já a viste uma vez através da janela- com um gesto hábil e um sorriso malandro no rosto.

Agora ela sai do elevador enquanto tu seguras a porta novamente, o clop-clop dos saltos devolve-te ao mundo real e ela se despede com um "obrigada, vizinho, bom dia", a voz rouca, o olhar intenso.

Mas quando chegas a casa ela já está novamente instalada no teu cérebro, nua sobre teus lençois, seus seios brancos cobertos pelos seus braços e seus olhos perfurando tua alma.