domingo, agosto 27, 2006

Uma imagem vale...


Para que não digam que não estamos sempre a pensar no único...

quinta-feira, agosto 17, 2006

Mensagens e respostas

Por vezes, mandamos mensagens para pessoas que não as recebem, não as lêem, não as entendem, não as respondem.
Desse lado, silêncio. Deste nosso, a espera. E a incerteza...
- Será que não a recebeu?
- Se calhar ainda não a leu.
- Não entendeu o que eu quis dizer.
- E se não quer responder mesmo?
E a única reacção possível é: respeito.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Menino

Mesmo na distância, na correria deste mês de loucos, sabe que por vezes ele arranja um minuto para vir cá, ao cantinho da vizinha, e dar uma espreitadela sem que ninguém o veja.
E mesmo que fique a olhar discretamente, ela sempre será mais voyeur do que ele, pois já o observou enquanto dormia, lindo e tranquilo, e decorou o cheiro de cada parte do seu corpo e as variações quase imperceptíveis de cor de sua pele macia.

Tás a ver? Eu sou a vizinha voyeur, porque te observo e porque sempre estou mais perto do que pensas...

sábado, agosto 12, 2006

O miúdo mais insuportável

A sós na casa, como sempre; os livros, abertos sobre a mesa. Dois copos: ela bebe água; ele, Coca-Cola. Ele finge que escuta as palavras dela, mas ela não tem a certeza de ser escutada. É sempre assim com ele. Mas hoje não.
De repente, encosta a cabeça no ombro da vizinha e a desconcerta. Ela, que o achava o miúdo mais insuportável da capital, não sabe que pensar perante esse inesperado gesto de ternura.
Será que ele, depois de tudo, é vulnerável, ou é simplesmente uma pose para desarmá-la? Ela está acostumada com as atitudes carinhosas dos miúdos com os quais trabalha, mas ele já tem dezassete anos e nem entra mais na categoria de miúdo... Já o surpreendeu mais de uma vez com o olhar fixo no seu decote, no seu pescoço, na curva suave do lóbulo da orelha, rematado por brincos compridos. Mas depois ele sempre diz qualquer besteira para irritá-la e lhe faz demonstrar que é ela quem tem a autoridade durante o tempo que passam juntos.
A vizinha continua com a explicação de trigonometria e sente como ele roça o nariz no braço dela. Debate-se entre duas atitudes: perguntar ao miúdo se acha que está no cinema ou ignorá-lo. Afinal, é a primeira vez que ele deixa seu jeito desagradável e até parece humano...
Finalmente, decide dar-lhe uma oportunidade. E continua a introduzi-lo no fascinante mundo dos ângulos, fazendo conta que tudo é como sempre.

terça-feira, agosto 08, 2006

Lá no começo...

Houve uma altura em que pensei que estava apaixonada por ti... Mas era só meu eu musa que vivia apenas para teu eu poeta...

sábado, agosto 05, 2006

Out of time!!

Por vezes, a vizinha fica parva de ver como os seres humanos somos idiotas... Mas como ela é humana também, e portanto idiota, não reclama e prefere rir de tudo e de todos (ou com todos, se a companhia é boa).
Sem tempo para dizer mais, a vizinha volta ao trabalho, morta por contar todas as quasecoisas que lhe acontecem todos os dias, mas sem tempo para dizer mais, sem tempo para dizer mais, sem tempo para dizer mais...